10 de set. de 2011

10 balizas por onde entra o golo

Pondere em cada estímulo externo complexo que o seu cérebro recebe, se o mesmo se pode encaixar nestas linhas de apresentação.



Se sim, está a ser manipulado. Se ainda continuar a achar que pode ser um mal entendido ou deficiente ou inquinada percepção da sua parte, analise quem mais lucra, o que se lucra com esses mesmos estímulos externos complexos.



Se ainda assim continuar desconfiado acerca de uma suposta teoria da conspiração, por mim virulentamente implantada na sua massa encefálica, force-se a pensar que a inexistência de prova não é prova da inexistência, e que o termo ‘teoria da conspiração’ é intencionalmente pejorativo para relativizar o pensamento paralelo, isto é fora do formatado.



Se ainda assim achar isto de desconfiar e muito estranho e qual será a minha intenção, então pura e simplesmente esqueça, não vale a pena acordar o que já está morto.





10 estratégias de manipulação / alienação da opinião pública

(a partir de Noam Chomsky)





3 grupos:

1)manipulação da percepção da mensagem

2)manipulação da percepção do receptor

3)estar sempre à frente na tecnologia manipulativa







Grupo 1

a) estratégia distractiva

b) estratégia do problema artificial

c) estratégia do doseamento gradativo

d) estratégia da projecção adiada para o futuro



Grupo 2



e) estratégia da infantibilização da audiência

f) estratégia do apelo emocional

g) estratégia da imbecilização / mediocrização da audiência

h) estratégia da complacência com a mediocridade

i) estratégia do reforço da autoculpabilização



Grupo 3



J) estratégia de surfar na crista da onda







Grupo 1



a)Estratégia distractiva – é a principal arama da alienação e desinformação social. Consiste em desviar a atenção do público dos maiores problemas e das tomadas de decisão das elites, através da técnica da saturação da percepção geral, isto é difundindo ruído generalizado saturando os canais de recepção (geralmente os olhinhos e as orelhinhas) ou no mínimo relativizando o impacto de nova informação sobre os mesmos. A percepção do público em geral e de cada indivíduo em particular, é saturada com contínuas distracções e informações insignificantes.



Posso dar o exemplo das revistas cor de rosa, que têm um público, ou de como ainda me lembro como os telejornais acabavam com algum vídeo de um concurso de comer cachorros quentes, ou pepinos picantes, geralmente nos Estados Unidos, em verdadeiras compilações que não só mostravam em fundo uma sociedade rica até ao disparate como a permeabilidade à imbecilidade. Tínhamos também os comentários serôdios do José Rodrigues dos Santos quando o telejornal acabava com um desfile de moda com modelos em escassa roupagem.





Esta técnica não só idiotiza como ajuda a criar resistências por parte do público a conhecimentos fundamentais e básicos nas áreas das ciências, da economia, Filosofia, História, etc. pois exige algum pouco esforço, inadmissível quando se passam horas a ver os apanhados ou o Isto só vídeo.



Manter a atenção do público distraída e longe dos reais problemas sociais absorvida em assuntos sem importância real, como as telenovelas entre agentes desportivos, ou os cultos aos líderes sob a forma biográfica de agentes políticos elevados a categorias de ídolos do momento, etc., etc.…



É a técnica da saturação, da avalanche de informação que ocupa constantemente a atenção do público, não lhe dando tempo para pensar, criando ao mesmo tempo a ilusão de uma dialéctica vertiginosa e constante dos acontecimentos, à maneira dos movimentos rápidos de câmara como se assistiu com mestria no ‘E.R. – serviço de urgência’, a série premiada, norte americana.



O caro leitor pode facilmente ter um gostinho deste princípio bastando ir a uma sessão de time sharing próxima de si, ou a um qualquer vendedor de esquentadores, ou aspiradores, onde uma das técnicas utilizadas é bombardear com informação, essencialmente técnica, e tentar convencer que a complexidade do mundo é inadequada à simplicidade do seu pensamento, pois um aspirador não é um objecto mas um estilo de vida.



b) Estratégia do problema artificial – consiste na criação de um evento ou problema ou situação que tem o objectivo de causar determinada reacção no público de forma a levá-lo a exigir ou tomar as medidas que se pretendem fazer aceitar. Por exemplo desmantelar serviços públicos, dando propositadamente cabo deles, o Estado português chegou a ter a Parteste, onde militava o saudoso António Guterres, e através da qual, a permanência de cada gestor nomeado para determinada empresa, era o mesmo para a saúde da mesma que cangalheiro em cama de constipado.

A exaltação dos sentimentos públicos relativos à segurança ajuda a passar medidas de controlo anti democráticas como matrículas chipadas ou câmaras de vigilância omnipresentes, por vezes em zonas onde propositadamente se deixou aumentar a criminalidade, de molde a que os cidadão exigem eles mesmos as medidas que se propagandearam previamente e que lhes vão limitar uma vez mais, a liberdade.

Apesar dos nossos brandos costumes, os decisores que dominam os assuntos e os opinion matters, mencionam a vigilância electrónica, mas sistematicamente esquecem assuntos como os arranjos urbanísticos, bem mais influentes na criminalidade que os efeitos dissuasores de câmaras.



c) Estratégia do doseamento gradativo – onde o truque para fazer aceitar uma medida inaceitável no presente, a mesma é aplicada gradativamente, a conta gotas, durante anos consecutivos, e assim é possível fazer aceitar a diminuição do papel do Estado, privatizando, precarizando, desempregando, etc… acções que se aplicadas a frio e sem vaselina, passo a expressão, provocariam revolução ou levantamentos.



Um dos exemplos case study, são as propinas universitárias, públicas.

O primeiro passo dado previa uma propina que face ao valor actual, era considerada, residual. Mas sucessivas revisões dos decretos lei, aumentou esse valor, numa escalada que não mais parará, e que é alimentada pela total desmobilização do Estado português em ensinar os seus cidadãos.

Lembro-me de ver primeiros ministros na televisão, vociferando da injustiça de o Estado pagar formações a malandros que iam ou lá para fora ganhar bom dinheirinho ficando o Estado a arder com o dinheiro investido, ou, ficavam em Portugal ganhando rios de dinheiro à conta do Ensino Público, pago por todos e assim apresentado como favorecendo uns poucos…o Zé Tuga e a Maria Lusa paparam isto como se papa figos com mel.



A lei da proibição do corte de estradas, há uns 20 anos atrás provocaria revoluções, hoje todos acham bem que a grave do carpinteiro não chateie o serralheiro que vai beber uma cervejinha ou mesmo trabalhar. Os avisos com antecedência ou as requisições de serviços mínimos tornaram hoje as greves tão eficazes a nível de impacto, como o despenhar de um mosquito na careca de um lutador de Sumo.



d) Estratégia da aplicação adiada / projectada no Futuro – é outra forma de fazer aceitar uma decisão impopular e que consiste em apresentá-la como sendo dolorosa e necessária obtendo a aceitação do público, em determinado momento para aplicação futura. O motivo para isto está na nossa estrutura psicológica que torna mais fácil aceitar um sacrifício futuro, de que um sacrifício imediato, e que após acostumação ao sacrifício que virá, quando o mesmo chega, quase que dói menos que uma picada para análise ao sangue.

Dois motivos contribuem para isto, um é o facto de o esforço não ser real, é antes projectado num futuro, e o outro é porque o ‘povo’ age naturalmente de forma ingénua, esperando sempre que os futuros serão melhores e que de alguma forma será possível inverter ou evitar o sacrifício prometido.



Isto dá tempo à opinião pública para se acostumar com a ideia e gradativamente se agarrar a ela e a aceitar como parte da família.



Os nosso políticos nos últimos 37 anos tornaram-se exímios praticantes desta estratégia, basta analisar o timming em que aparecem as promessas de melhorias, para o ano seguinte, ou para os próximos 5 anos, chegando a haver ministros que no topo de alguma crise inauguram um novo início de prosperidade, pouco antes de se descobrir outro buraco das contas logo de seguida, mas aí já o público se encontra ébrio saboreando os futuros virtuais que lhe apresentaram como possíveis.





Grupo 2



e) Estratégia da infantilização da audiência – consiste em utilizar um discurso, argumentos, personagens e entoação de vozes e discursos particularmente infantis, roçando a debilidade ou imbecilidade, como se o receptor fosse uma criança de tenra idade ou um idoso senilizado coitado, ou ainda como se o receptor fosse um deficiente mental.

Este efeito é tanto mais intenso quanto mais se pretende enganar o receptor, o que implica uma gradação da infantilidade do tom.



Na base, está o efeito do fenómeno psicológico da ‘sugestionabilidade’ pois este tratamento infantilizante, de determinada audiência faz com que a mesma reaja desprovida do sentido crítico que deve ser próprio dos adultos, e sim, de acordo com a posição em que implicitamente a forma de tratamento coloca essa mesma audiência.



Se uma boazona chegar ao pé de um transeunte e o tratar como ‘bebé coisinha fofa da mamã’ em 10 quantos dirão que não são crianças para serem tratados dessa forma, e assim perderem virtualmente acesso às delícias que o desenlace desta complexa conversa poderia levar?



Da mesma forma que o cliente quando entra numa grande superfície onde é tratado como pequeno tirano só porque tem uns trocos na carteira que pode deixar na caixa registadora, o que vicia claramente o cliente não é só a perspectiva de um bom negócio, mas o tratamento deferente e reverente por parte de outros, cuja função é por sua vez tratar o cliente nas palminhas, através da propaganda que o cliente é o garante do seu salário.



Quando campanhas publicitárias colocam o cliente a pensar que não é parvo se for ao Mediamarkt, basta ouvir as entoações bombásticas e infantis das vozes dos intervenientes, por vezes podemos ouvir breves histórias tão simples quanto idiotas. A última que ouvi era por parte da TMN em que um hipotético cliente se obtivesse determinado desconto, beijaria o seu mecânico. Esta aparente brincadeira, apela a uma infantilização idiota, sob uma capa de humor simples e ligeiro.



Há versões comerciais mais sofisticadas, que nos apresentam por exemplo pacatos e cómicos personagens cuja pacatez é garantia de inofensibilidade e visam garantir uma identificação e um estilo a adoptar ao espectador.



Bastam 5 minutos em frente a um dos 4 canais televisivos nacionais, para descobrir um dos anúncios que utilizam este dispositivo.



f) estratégia do apelo emocional – consiste em utilizar todos os meios possíveis para canalizar o aspecto emocional da natureza humana, provocando uma suspensão de análise racional e eliminando assim o sentido crítico dos indivíduos.

Este apelo permite também o acesso ao inconsciente e isso possibilita a introdução de ideias, desejos, medos, compulsões, ou indução comportamental nas pessoas, sem que estas se apercebam.

As telenovelas são exímias nisto.

O sexo então é um mundo de oportunidades, desde anúncios a colchões com uma espadaúda e atraente modelo em cima do mesmo, que permite perguntar, o que venderá o fabricante? Estas associações interessantes permitem descobrir facilmente o que vendem, quem vende, o produto, através de imagens ou ideias, ou desejos – ou a possibilidade de concretização dos mesmos – tal como o anúncio das lâminas da barba não vende um rosto imberbe, mas o sucesso do comprador com algumas cachopas.

A desconstrução destas associações não é difícil e é extremamente interessante, tal o grau de complexidade e sofisticação.



g) Estratégia de mediocrização – implica tornar o público incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para a sua manipulação e controlo, bem como descredibilizar sem remorsos quem sustente a existência desses mecanismos.

A qualidade da educação, científica e humanística, deve portanto ser a mais medíocre possível e se ainda há muita gente que se opõe, nada como precarizar os agentes de ensino e amontoar alunos numa sala de aulas de forma a fazer desistir o professor e o aluno, o primeiro por colapso nervoso, o segundo por puro desinteresse.

A ignorância tem de servir de barreira relativamente às formas como são limitados os potenciais dos indivíduos.



h) Estratégia da complacência com a mediocridade - que implica promover e manipular uma determinada linguagem, estética, ideologia, segundo a qual está na moda, é bom, deve-se ser, estúpido, vulgar e inculto.

O clássico exemplo de que o homem deve coçar os tomates, cuspir para o chão e falar de bola, tanto como a mulher ir às compras, são lugares comuns que surgem desta conjugação.



i) Estratégia do reforço da autoculpabilização – onde se trabalha fazendo crer ao indivíduo que só ele é o culpado da sua desgraça e miséria, e que ambas se devem à sua insuficiência, da sua inteligência e capacidades, dos seus esforços.

ii) Isto a dois tempos cria um ascendente para com quem tem sucesso na vida, que necessariamente passa como superior, em qualidades; bem como cria uma plataforma de aceitação que é impedimento contra a rebelião, contra o sistema económico, etc.



Consiste na autoculpabilização e autodesvalorização geradoras de angústia e estados depressivos cuja consequência é a inibição de acção.

Basta analisar todas as mensagens que nos são oferecidas.



i) Estratégia da actualização da informação e do conhecimento, que consiste num estudo que implica que a empresa, os emissores, e os construtores de mensagens, nos conheçam melhor que nós próprios nos conhecemos, a nível da nossa natureza e gatilhos, de forma a que só seja possível resistir à manipulação se conhecermos como podemos ser automaticamente manipulados.



Um dos grandes arquitectos desta velada realidade, é o argumento de que o público é adulto e facilmente desmonta os discursos manipulativos…será?

21 de ago. de 2011

As 1001 maneiras de esfolar um facto


1


Num dos debates mais interessantes, televisionado, do panorama filosófico do século passado, sentaram-se lado a lado Foucault e Chomsky.

Foucault disse algo que me provocou uma reticência que dura até hoje.

Por minhas palavras, após Chomsky enumerar vários modos e estratégias de opressão e manipulação das massas, nem sempre óbvios ou facilmente descodificáveis, Foucault contrapõe a noção de que toda a cultura ocidental sempre foi ávida em comprazer-se nas denúncias que faz às formas como ela própria se oprime. Foucault enuncia também a noção de que é mais útil e pertinente enunciar as formas de libertação do quer que seja que oprime, que perder-se na pornografia da queixa, interpretação minha.



O debate desenvolve-se até à noção de natureza humana, se existe, se não existe, e a relação do seu conhecimento para com os fins de utilização desse conhecimento.



Há algo que Foucault não nega, nem pode negar, que é a existência de um mínimo harmónico repetível além indivíduos e culturas, ou seja, existem padrões ou repetições naquilo que seja a realidade humana, não lhe quero chamar 'estrutura' pelo menos para já, obviamente que acredito que ela existe.



Mas existe por seu lado a eterna dialéctica inapreensível do humano, bem como os agentes de 'manipulação e corrupção', a sua existência é até na maior parte das vezes aceite e acarinhada por nós. A sua existência e função estão para 'além do bem e do mal' pois respondem a necessidades e intenções que assim se materializam.

A sua existência e presença são assim estruturadas no conhecimento dessas harmonias e ritmos que se repetem no quer que seja que é o ser humano.

Essas forças sempre existiram desde que o Homem é Homem, e aumentam com a agregação crescente dos indivíduos em massas anónimas seja nas cidades e subúrbios, seja nos grandes públicos hipnotizados pelos meios de comunicação.

Este é o terreno próprio de utilização dos conhecimentos sobre estes ritmos internos (fisiológicos, biológicos e psicológicos)  e externos(psicológicos, antropológicos e sociológicos).



Como Foucault, achamos não só vital e necessário descobrir os caminhos para a libertação mas também pensar nas rotas navegadas até à opressão, e nelas reconhecer a falibilidade da nossa própria condição e o caminho para uma reconciliação com a Natureza, que nos compõe.

Sem certezas absolutas, ou fundamentalismos não porque falte convicção na necessidade do empreendimento, mas porque o real é dialéctico e inapreensível para cada discurso que dele se retira, nem deve ter disso a pretensão.



II

O grande daimôn e o grande demónio do Consumismo



            1955. A economia americana do pós-guerra cresce exponencialmente, vicia-se e estrutura-se em função desse crescimento e começa a  acamar a sua existência, espalhando nesse crescimento a fé optimista característica do american way of life, só ensombrado à distância por uma cortina corrida por uns tipos que se chamam 'comunistas' e que lhes disputam a hegemonia.

Mas o clima é de ocupada progressão industrial e comercial.

Victor Lebow, consultor de marketing, profissional de uma estranha profissão que em pouco tempo será exportada para o Velho Mundo, e para onde quer que exista um mercado, publica um texto  que se chama ' Price competition in 1955', na Primavera de 1955 aparecendo no 'Journal of Retailing'.



Este aparentemente obscuro texto, desta obscura fonte, inaugura uma deliciosa análise do que se tornará paradigma nas décadas vindouras. O que mais fascina neste texto não é o seu carácter profético, a sua inovação conceptual. O que fascina é a sua candura a sua ingenuidade pura, no sentido de não fazer esforço algum em mascarar ou travestir as suas intenções e preocupações, pese embora a atenuante de ter sido publicado numa publicação do seu 'meio' o que claramente faz o seu autor sentir-se em casa.

Na nossa opinião, só superficialmente este artigo foca a competição ao nível do retalho.

Apresenta uma concepção do consumidor, do produtor, do produto e da própria economia que são verdadeiros hinos à época do 'Consumo logo existo'.





a) Neste artigo, 'Price competition in 1955' a óptica do homem de negócios é cristalina, vai haver mais competição porque se testemunham avanços tecnológicos e portanto há um aumento da produção, de mais unidades de produção, ou seja mais unidades a produzir cada vez mais.

Os preços consequentemente baixam, baixando as margens dos produtores, pelo que a única saída é produzir mais, cada  vez mais variadas coisas, criando as necessidades de forma artificial, para que os consumidores absorvam estes produtos, e a eles fiquem fidelizados.



b) Com vigoroso optimismo luterano, há o prenúncio que a competição no retalho, na distribuição retalhista será maior, e que há uma íntima ligação entre as actividades dos produtores, e os padrões de vida dos  consumidores, e que esta relação tem grande importância na variação dos preços da distribuição retalhista.



c) A noção de consumidor aparece com uma teoria social e antropológica simplesmente eficaz, representada pela ideia de que a mais importante característica da atitude com o seu nível de vida, é o simples facto de querer melhorá-lo.

Seja na ascensão social ou na económica, que convergem curiosamente, na mesma necessidade de reflexo através daquilo que pensamos que os outros pensam de nós. É este o impulso, fundamental dominante.

Portanto a sociedade não pode ser igualitária sob pena de se perder este impulso dominante, que é a raiz da mobilidade social e económica, tal qual roda de hamster.



d) O retalho, como parte do sistema que se aproveita e incentiva este dinamismo, vê-se preso na necessidade de manter este gigantesco fluxo de desejos e ilusões sob pena de perder a sua razão de ser, e o tamanho desmesurado, proporcional aos desejos que se incute nas pessoas.

Os custos da distribuição representam a pressão necessária para manter o alto nível de consumo.

«Our economy demands a constantly expanding capacity to produce»

Distribuir é oneroso, só o grande consumo compensa a distribuição, especialmente numa época, em que a maioria dos norte americanos trabalhava nos serviços, em 1955, o sector produtivo apenas ocupava 30 por cento da mão-de-obra disponível.





Qual é a resposta destas necessidades retalhistas de 1955? A televisão e a sua potencialidade de plantar necessidades fictícias na cabeça dos espectadores.



Mas isso fica para outra altura, não perca o próximo episódio que nós também não.

14 de ago. de 2011

Manipular é fixe e o resto que se lixe - espécie de manifesto

1

Vivemos tempos em que não é fácil falar de manipulação ou de estrangulamento de espírito.

Não porque existam censuras musculadas e apadrinhadas por sistemas abertamente totalitários, mas porque a própria censura é intrínseca à maioria da população em relação a si e aos que falam dessa manipulação.



A todos foi e é dito que somos maiores, livres, e que o único progresso que há a esperar é o da técnica.

Para quê persistir no amargo caminho do espírito e da verdadeira emancipação para a liberdade, se já somos livres, especialmente se ser livre significa poder comprar os produtos que achamos que nos fazem falta?



Subjacente a esta questão está outra, a de que o próprio diagnóstico da população, feito pela população, já que não se pode confiar noutras entidades, é impossível, pois não só porque a população não lhe acha necessidade, nem se achasse teria ferramentas de avaliação, tanto quanto o peixe pode avaliar sequer a existência da água em que, desde sempre, viveu.





Auscultando a população, o inquiridor deparar-se-á com uma certa uniformidade entre as posturas ontológicas dos indivíduos estudados.

O que se revela é uma maioria de materialistas exacerbados e uma minoria de ultra espiritualistas excêntricos.

A maioria no nosso país acha que por exemplo, a Filosofia para nada serve. Quando é precisamente a área de saber mais perigosa, e o melhor remédio para a epidemia de falta de espírito crítico, juntamente com a Matemática e a História.



No secundário, a Filosofia tem sido reduzida a um compêndio de técnicas argumentativas e complementarmente, numa espécie de vale tudo comparativo entre os vários filósofos. Vale tudo enquadrado por uma suposta marcha das ideias, ao invés de realçar a justificação das propostas a respostas aos grandes problemas filosóficos enquadrando-os com as solicitações do tempo presente. Mas adiante.

9 de jul. de 2010

Será? I

Será impressão minha ou os festivais de Verão estão cheios?
Super Rock, Rock in Rio, Optimus alive, etc. estão apinhados com pessoas que pagam bilhetes caros, para poder ver bandas mainstream e socializar para tirar fotos e colocar no Facebook.

Pergunto-me, crise? Ou a crise não é assim tão grande ou ando pessimista...
Devo andar pessimista, acho que só quando andarem helicópteros a largar sacas de cereal no Terreiro do Paço é que podemos dizer que estamos mesmo em crise.

13 de jun. de 2010

Mais uma tragédia

O número não cessa de aumentar.
A crise está a provocar um grave problema social, o crédito fácil dos bancos onzeneiros e outras instituições de crédito análogas, veio mascarar o fosso de desenvolvimento entre os portugueses e os outros europeus.

É inconcebível que as nossas habitações sejam tão caras e que o preço final não seja justo para o consumidor, que tem de pagar a sua habitação com 30, 40 anos de servidão.

Não é solução para os bancos, mas estes por ressabiamento com a falta de liquidez começam a ficar com as casas dos clientes, a quem tantas facilidades deram.

Esta vítima que optou por dar a cara para a nossa redacção, é só mais uma na longa e crescente lista de despojados que o capitalismo faz nascer.

9 de out. de 2006

Cordiais Cumprimentos aos leitores

Após pesquisa, não encontrei muita coisa interessante acerca de publicidade ocorrente em Portugal, e muito menos algo que pudesse representar a minha paranóica perspectiva, que será esta que aqui vos apresento.
Daqui se seguem comentários e opiniões acerca de tudo o que seja publicidade, só com um pedido, se for caso disso, não me levem a tribunal, é só pedirem que altero o post (sob coacção claro).
Espero que dê tanto gosto a quem lê como a quem escreve.
Um abraço
JCNF